Prefácios do Almas Raras


ALMAS RARAS - Ed.ArtCulturalBrasil/2007
Edição Esgotada


Apresentação
Maria Granzoto da Silva

Meus primeiros contatos com a poesia aconteceram na minha infância, através da minha saudosa mãe, que recitava para mim poesias singelas, mas grávidas de encantamento e magia. Tomei gosto e lia, a partir dos sete anos, Castro Alves, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e outros românticos.

À época, os meios de comunicação mais freqüentados eram as emissoras de rádio e estas destinavam um tempo à literatura e à música, com apresentações ao vivo. Sempre comparecia para declamar. Assim tem sido a minha trajetória de vida: sempre junto à poesia.

Porém, ao receber o convite do poeta mineiro, José Antonio Jacob, para fazer uma breve apresentação de suas poesias que integram a obra poética " Almas Raras", confesso que fiquei muito preocupada: se fazer versos é difícil, imaginem apresentar um livro desta magnitude que, tenho certeza, proporcionará prolongado e duradouro êxito ao seu autor.

O poeta aborda também os valores éticos que devemos cultivar para que a vida possa ser embalada por um sentido maior, fazendo com que tenhamos mais esperanças no futuro e nas gerações que nos sucederão. Assim é que ele nos fala - com maestria, beleza e limpidez espiritual - da amizade sincera, da saudade, da fé, da paz, do trabalho, do sagrado papel desempenhado pelas mães, e, enfim, do maior dos antídotos contra todos os males, o AMOR. E aqui, em sua sensibilidade incomensurável, o ilustre escritor José Antonio Jacob, um dos maiores nomes da poesia contemporânea, transcende os estreitos limites das faculdades inerentes ao ser mortal, os cinco sentidos, e extravasa a força maior da sua genialidade de ser imortal: as faculdades das Almas Raras - para enaltecer Aquele que é a síntese maior do que somos capazes de entender sobre a mais sublime de todas as virtudes. Destarte, fala-nos do Amor verdadeiro, numa mensagem mágica e impressionante, reverenciando a figura do Mestre JESUS e aos menos afortunados que vivenciam um verdadeiro calvário, como em A Prece do Capuchinho, assim se expressando:

Ó doce capuchinho abaixe o olhar,
Repare ao seu redor por um instante:
- Jesus está aqui do nosso lado!

E assim prossegue o poeta incitando-nos à fraternidade universal, à adesão incondicional aos reais valores éticos da vida, os quais nos farão colher inexoravelmente o fruto da semente que cultivarmos. No livro, encontramos como parte do cotidiano, o sol, a chuva, a paisagem, como uma invenção do olhar do poeta. Roseiras Dolorosas bem expressa a comunhão entre o poeta, o sentimento humano e a natureza:

Feito as minhas roseiras dolorosas,
Que só olham para a vida, indiferentes,
E não me dão espinhos e nem rosas...

Com os seus brinquedos, a sua infância, a exemplo da última estrofe de Carretéis

Esta alma calma, que ainda vive em mim,
É aquele menininho sossegado
Que brinca de guerreiro no jardim.

O nome já diz e o livro mostra claramente, que a poesia surge das suas inquietações, da sua acurada observação do tempo e espaço que habita. José Antonio Jacob é na poesia contemporânea um fabuloso exemplo de como podemos encurtar o verso sem perder a poesia.

Uma poesia depurada, silenciosa construída com uma destreza artesanal no lidar com a língua habitada por certo sentido clássico. Coerente com sua postura estética, sua forma é perfeita, demonstrando habilidade de versificação e pureza da língua. Sua poesia não é superficial como visão do homem, pois não se detém na camada superficial das cores, dos sons, mas mergulha nas angústias e prazeres do ser humano. Jacob possui uma habilidade impressionante para lidar com as palavras. Ou melhor, uma volúpia pelas palavras e suas múltiplas possibilidades sonoras, visuais e semânticas… Dificilmente se desvia do verso decassílabo para o verso alexandrino ou para o hendecassílabo. Neste livro ele trabalha exaustivamente com o decassílabo, criando sonetos, quadras e sextilhas de fôlego, dentro de apuradas e inéditas temáticas, trazendo para a tradução dos seus versos temas subjetivos, místicos e filosóficos para compreensão imediata do seu leitor. O verso alexandrino ou o hendecassílabo não exclui o poeta de sensibilidade fina que se derrama em notas líricas de uma fluência sempre renovada... Quanto ao conteúdo, a obra agrada e emociona pela sensibilidade do poeta ao tratar dos mais variados temas do cotidiano, pela sua sinceridade e, sobretudo, pela dedicação à família, especialmente à infância. Chama atenção a religiosidade do poeta pela sua reiterada profissão de Fé em Deus. É bom que nesse mundo conturbado existam as Almas Raras, cuja representatividade maior está no poeta José Antonio Jacob!

Almas Raras de José Antonio Jacob é um livro de suma importância para o meio literário brasileiro, que este apressado e impreciso comentário nem de longe sonha registrar. Vale a pena a sua leitura!

Maria Granzoto da Silva
Academia de Letras Artes e Ciências Centro - Norte do Paraná e Professora Universitária



Artífice do Verso
Antonio Manoel Abreu Sardenberg

Sempre fui um amante da poesia. Leio poemas desde menino. Entendo que a poesia é a mais pura forma literária de expressão do sentimento humano. O nosso país é pródigo em tudo que diz respeito às artes, sendo um celeiro de poetas de primeira grandeza. Certamente já li quase todos, desde os partidários da escola parnasiana até os adeptos do modernismo, que não são poucos.

Poderia escalar aqui uma verdadeira seleção de grandes poetas, fenômenos de nossa literatura, artífices incontestes do que há de melhor entre os melhores do mundo. Nomeá-los seria muito arriscado, pois certamente cometeria injustiça.

Mas confesso que somente há pouco mais de ano conheci um dos maiores de todos os poetas, na minha opinião - José Antonio Jacob. É difícil compreender como ele consegue tirar de dentro de sua alma e colocar no papel sentimentos tão profundos e sublimes. Só um homem iluminado pode escrever o que ele escreve. Sonetista incomparável, de sensibilidade ímpar, excepcional, faz magia com as palavras, brinca com elas com a maior naturalidade, como se estivesse brincando com uma bola de futebol. Se tivesse que escalar o time de poetas de todos os tempos, o meu time teria o José Antonio Jacob e mais dez. E digo isso com a maior convicção, pois tenho absoluta certeza de que aqueles que tiverem a oportunidade de ler o seu trabalho irão concordar comigo; mesmo que não o considerem o maior, certamente irão escalá-lo na seleção canarinho de poetas. Já li quase todo o trabalho do Jacob e não canso de relê-lo. A cada leitura mais impressionado fico com a beleza de sua obra. Devo salientar que essa opinião não é só minha, vários escritores que também leram o Jacob concordaram plenamente comigo. Jacob é um poeta extraordinário, um escritor de primeira grandeza, um craque da literatura com todas as letras.
 
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
 Poeta e Escritor
 
 
Pura Poesia
Gilberto Vaz de Melo
 
Almas Raras é um apurado conjunto de estrofes, ritmos, rimas, metáforas e requinte de idéias, aliados a uma consciência estética, cuja riqueza está na elegância e no estilo de linguagem, onde tudo é possível: desde uma frase despretensiosa até o mais profundo sentimento filosófico. É pura poesia do princípio ao fim.

Os versos contidos nesta obra nos permitem raciocinar e ponderar idéias; é-nos permitido divagar por esses sentimentos, porque eles nos apresentam alternativas, e podem nos levar a outras conclusões. Essa despretensão do autor é o que o eleva no conceito do leitor afeito a outras filosofias e a outros desfechos. A cadência na metrificação, principalmente nos decassílabos - (tão raros na poesia de hoje) - são tônicas da poesia do José Antonio Jacob.

Este livro com certeza é o resultado de sua vivência: a paisagem variada dos relatos intimistas parece configurar o autor como poeta exclusivamente dialeta, o que não é verdade absoluta - ele é um bom argumentador - mas de que jeito se pode argumentar com o que está além do sentido natural das coisas? Jacob consegue este tipo de diálogo, desenvolvido de forma esplêndida, entre ele (o poeta) e os seus personagens. Nesta particular virtude eu o considero um mestre da poesia, porque consegue fazer o leitor participar deste seu mundo imaginário sendo ele mesmo um dos protagonistas das suas histórias.

Por conseguinte, raciocino que suas idéias antes de serem dialéticas são subjetivas, em seus versos ele argumenta consigo mesmo. Quase todos os seus personagens são o seu próprio "Eu".

Outra virtude que o diferencia é a precisão e coordenação da sua idéia poética, manifestada através de um texto correntio e coerente, como se ele deixasse se levar pela escrita do seu lápis atrás do seu pensamento para formar palavras (entendo que é assim que ele escreve) para perseguir idéias e transformá-las em versos de entendimento imediato.

Ao tratar desta obra poética é preciso dividi-la em dois conjuntos. O primeiro, formado por sonetos, que causam forte impacto emotivo, pelas suas temáticas, simplicidade e doçura na linguagem. O outro grupo é composto de poemas de fôlego, em sextilhas ou quadras, com métricas perfeitas e imaginação para além de inédita.

Se o poeta é um comunicador de sentimentos e se faz entender pelo leitor convidando-o a entrar no poema - sentando-o na poltrona para lhe falar de si - esse poeta é o José Antonio Jacob, que trata de dizer sem rodeios as suas ações de vida. O seu medo hipocondríaco da doença; sua aversão à desigualdade social e às suas nefastas conseqüências, quando diz em tom claro: “é uma pequena voz que me acompanha", ou mesmo no seu mundo de "visões" das aparições que o incomodam tanto, como a imagem da "criança pendurada na teia da infância sugando o magro seio da miséria". Ao mesmo tempo ele tem a percepção quase espiritual do imprevisível, criando páginas com sonetos, quadras e sextilhas, que desenham imagens que levam o leitor a recordar-se de algum fato já vivido em alguma época do seu passado.

Em outros trechos ele usa o subjetivo como espiritualidade filosófica da sua poesia. Faz jogo de idéias, não tergiversa com a dialética, pois que a dialética é a base da sua poética - Em determinados momentos das suas histórias ele conduz o leitor à doçura da infância, numa cadência de estilo suave, com desfechos surpreendentes. José Antonio Jacob é o poeta do simples e do belo. Outros hão de situá-lo entre os poetas metafísicos, mas muitos irão amá-lo como Poeta da Vida.
 
Gilberto Vaz de Melo
Sociólogo, Poeta e Escritor
 
 
Almas Raras - Capas e Orelhas
 


“Sinônimo de Poeta, Logomarca da Poesia”

José Antonio Jacob, sinônimo de poeta, logomarca da poesia. Tive o prazer de conhecê-lo e me tornar seu amigo, horas infindáveis falando de hai kais, sonetos, versos brancos, saudades, esperanças, música e noites de lua. Todos os temas que rimam com a beleza da vida.

Ele é ainda a “alma calma...é aquele menininho sossegado / que brinca de guerreiro no jardim”, como finaliza um dos seus sonetos, “Carretéis”, para mim um dos mais belos e sensíveis da língua portuguesa, digno de figurar em qualquer antologia.

Nesta pequena-grande obra-prima ele fala também de premeditações das brigas, recrutando soldados para vencer armadas inimigas em longa fileira de formigas. Mas o que ele premeditou mesmo foi colocar-se a serviço das Musas. Não duvido que, no momento em que o Criador definiu a vinda dos poetas para a terra, de alguma forma ele burlou o esquema e se colocou nos primeiros lugares da fila.

José Antonio Jacob, sinônimo de poeta, logomarca da poesia, é mesmo a alma calma e sensível, de apurado senso estético e social despejado nos versos de refinado romantismo, premeditados para atingir os espíritos evoluídos, neste mundo tão mecanizado a carecer de afeto e humanismo.

Falar mais é pleonasmo. Ele mantém presente o princípio. É o verbo literalmente fluindo em poesia.

Belo Horizonte, 2001.
Geraldo Elísio Machado Lopes
Jornalista, poeta e ex-secretário adjunto de Cultura do Estado de Minas Gerais


 
" UM MAGO DA PALAVRA"

Escrever poesias não é apenas um somatório de regras, inspiração e estilo. É tudo isto, e mais que isto, um momento mágico do autor, vale dizer, levar ao leitor a cartase de sua criação.

José Antonio Jacob é um desses magos da palavra poética que nos oferece as emoções que bebemos aos goles, palavra por palavra.

Ele nos leva ao recôndito de nossos sentimentos, de nosso Eu, tirando-nos da confortável situação de meros espectadores da vida, para lançar-nos em um mundo de sonhos, de viagens e até de verdades sentimentais que não gostamos de buscar em nossas lembranças.

Mas, temos que viver com os sonhos, e às vezes com alguns fantasmas.

A poesia do José Antonio Jacob produz o efeito quiromântico do adivinho que ao invés de ler a nossa mão, lê as nossas emoções mais profundas.

Carlos Décio Mostaro
 Escritor Membro da Academia Juizforana de Letras




O Livro
Índice do Poesia de Bolso

Páginas


Sonetos

7/ Desenho (Comentado)
8/ Sonho de Papel (Comentado)
9/ Florzinha (Comentado)
10/ Impulsão (Comentado)
11/ Bolhas de Sabão (Comentado)
12/ Fim de Jornada (Comentado)
15/ Afronta Impiedosa (Comentado)
19/ Sonhando (Comentado)
23/ Quanto Tempo nos Resta? (Comentado)
30/ O Palhaço (Comentado)
33/ O Beijo de Jesus (Comentado)
35/ Natal dos meus Sonhos (Comentado)
46/ Jardim sem Flores (Comentado)
48/ O Vira-lata (Comentado)
51/ Repouso no Sítio (Comentado)
52/ Tédio
63/ Sublimação (Comentado)
64/ Solidão (Comentado)
93 Restou uma Poesia

Quadra
95/ Veritas (Comentado)

Sextilhas
96/ Delírios de Maio (Comentado)
102/ Natal na Rua da Miséria (Comentado)



ESPECIAIS JOSÉ ANTONIO JACOB



PPS Clique no seu Poeta
(Magnífica declamação do artista português José Bento)

O Sono de Pensar
(Poema em versos livres)

Site Cenário de Sentimentos

AVSPE José Antonio Jacob
Homenagem da poetisa Tere Penhabe
(Acróstico Poético)
(Apresentação de Maria Granzoto da Silva)

Resposta ao Passado
(Especial ArtCulturalBrasil)

Mémória de Bibelô
(especial ArtCulturalBrasil)

Além da Porta
(Vídeo de Dorival Campanelle)



TRAILER JOSÉ ANTONIO JACOB

Trailer 1

Poesia de Bolso - Ed. ArtCulturalBrasil/2011